Friday, August 8, 2014

Ithamara Koorax em novo show no Rio!

Ithamara Koorax live in Rio! August 2014! 

A cantora Ithamara Koorax retorna ao Rio de Janeiro para apresentar seu novo show, "The Shadow of Your Smile", com sucessos da música americana. No repertório, temas como "On A Clear Day", Nice Work If You Can Get It", "Serenade in Blue", "Moon River", "All Blues", "Sugar", "All Of Me" e "Little Sunflower".

Dias 07, 08, 14 e 15 de Agosto (quintas e sextas) às 21,30hs na Casa de Arte & Cultura Julieta de Serpa (Praia do Flamengo 340, Rio de Janeiro)
Couvert Artístico : R$60,00 e R$30,00
Reservas:(21) 2551-1278

                             ITHAMARA KOORAX 
             Show “The Shadow of Your Smile”
Aclamada pelo jornal The New York Times e eleita, por dois anos seguidos (2008 e 2009), uma das três melhores cantoras do mundo pelos leitores da revista DownBeat – ao lado de Diana Krall e Cassandra Wilson –, Ithamara Koorax é uma das artistas brasileiras de maior prestígio internacional.

 O crítico Frank-John Hadley sentenciou: “Ithamara é uma das mais belas vozes da criação”. Incluida entre as melhores cantoras da história do jazz na enciclopédia “The Jazz Singers” (organizada pelo historiador americano Scott Yanow em 2008) e destaque no Book of The Year 2013 da Enciclopédia Britânica, Ithamara agora se prepara para rodar o mundo com uma turnê em celebração aos seus 25 anos de carreira, relembrando momentos marcantes de sua brilhante trajetória.

No show “The Shadow of Your Smile,” que estreia dias 7 e 8 de Agosto na Casa Julieta de Serpa, no Rio de Janeiro, ela relembra suas gravações para clássicos da música internacional (“Serenade in Blue”, "Nice Work If You Can Get It", "On A Clear Day", “Moon River”, “Un Homme Et Une Femme”, “Autumn In New York” e a música que dá nome ao show, “The Shadow of Your Smile”) e nacional (lindas canções de Tom Jobim, Luiz Bonfá, Marcos Valle e João Gilberto também gravadas pela cantora em interpretações aclamadas pela crítica), além de standards do jazz como "All Blues" (Miles Davis), "Giant Steps" (John Coltrane),  "Sugar" (Stanley Turrentine) e "Little Sunflwoer" (Freddie Hubbard).

 Ithamara Koorax já lançou 19 CDs, participou de outros 250 discos (entre songbooks, projetos especiais, coletâneas), gravou 8 trilhas para cinema (incluindo "Policarpo Quaresma", "Glauber Rocha - Labirinto do Brasil" e "JK - O Menino Que Sonhou Um País") e 10 músicas para novelas e séries da TV Globo, como "Celebridade", "Riacho Doce", "Fera Ferida", "Estrela Guia", "Renascer" e "Pedra Sobre Pedra". Em 2010, seu álbum “Bim Bom – The Complete João Gilberto Songbook”, ampliou ainda mais sua popularidade no Brasil e no exterior.

Tocou e gravou com Tom Jobim, Edu Lobo, Guinga, Martinho da Vila, Hermeto Pascoal, João Donato, Eumir Deodato, Raul de Souza, Ron Carter, Elizeth Cardoso, Tito Madi, John McLaughlin, Larry Coryell, Chris Conway, Gonzalo Rubalcaba, Luiz Bonfá, Marcos Valle, Baden Powell, Marcos Suzano, Paulo Moura, Luiz Eça, Mario Castro-Neves, Dave Brubeck, Claus Ogerman, Sadao Watanabe, Lou Volpe, Gaudencio Thiago de Mello, os grupos Os Cariocas e Azymuth, as big-bands Amazon e Rio Jazz Orchestra, e as orquestras Petrobrás Sinfônica e Jazz Sinfônica. Neste show, será acompanhada por Lulu Martin, Jaime Aklander e Haroldo Jobim. 

Vem sendo eleita, há 12 anos consecutivos, uma das 10 melhores cantoras do mundo segundo as revistas DownBeat, Jazz People e Swing Journal. Também recebeu prêmios da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), o Prêmio Sharp (atual Prêmio da Música Brasileira) e muitos outros no Brasil e exterior, além de ter recebido 3 indicações para o Grammy.

Ithamara já se apresentou em alguns dos principais palcos do planeta – do Teatro Municipal (Rio) ao Jazz Café (Londres), do Auditório Ibirapuera (São Paulo) ao Carreau du Temple (Paris), passando pela também pela CUNY – City University of New York (NY), Martinus Concert Hall (Helsinki), EBS Space (Seoul), Sanyo Hall (Tokyo), U Stare Pani (Praga), Mahoganny Hall (Berna), Moods (Zurich), Unterfahrt (Munich), além de festivais de jazz em países como Sérvia, República Tcheca, Portugal, Inglaterra, Bulgária e Chipre, e sete excursões pela Ásia.

Saturday, June 11, 2011

"O Grande Amor" - All About Jazz review

http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=39656&pg=6&page=1

Voices Instrumental in Jazz
By Chris M. Slawecki
Published: June 10, 2011

Peter Schärli Trio featuring Ithamara Koorax
O Grande Amor (TCB Records)


Their pairing may seem like an odd mix: Ithamara Koorax, born in steamy Rio de Janiero and expert voice for all the lusty and romantic musical treasures of Brazil, teaming with trumpeter Peter Schärli from Switzerland, where modern jazz often assumes a more astringent and ascetic (and often quite electronic) tone. Pianist Hans-Peter Pfammatter and bassist Thomas Dürst, who complete the Schärli Trio, are also Swiss. And yet their combination of tropical heat and frosty chill have already created—on The Peter Schärli Trio Featuring Ithamara Koorax: Obrigado Dom Um Romao (TCB, 2009)—and on O Grande Amor continues to create transcendent jazz that is beautiful for every language and region.

Pfammatter introduces the opening reflection on Antonio Carlos Jobim's "Fotografia" so tenderly that he seems to reincarnate Bill Evans, a helpful supplicant for Koorax as she caresses the lyrics, tenderly wrapping and delivering each note like a precious newborn. Speaking of Evans, Schärli's mid-song break echoes Miles Davis' profound ballad style, concentrating on the song's tonal core, modulating softly, and playing more a mood than a melody.

Ivan Lins' pensive "Setembro" simultaneously sounds like a broken-hearted lovesong and reverent church hymn, with Schärli's trumpet passage so sad and melancholy and yet so beautiful, like the French horns in a Burt Bacharach-Hal David classic. The way their respective singing and trumpet voices harmonize on the closing melody to "Setembro"—and later, as these voices intertwine to grow "Para Machucar Meu Coracao" like a creeping rose vine—is just so beautifully musical.

The title track, a stately arrangement of a tune co-written by Jobim and Vinicus de Moreas, leaves ample room for vocal and instrumental verses, and is unquestionably the highlight of this set. Just catch the first few words of Koorax's opening verse to become transfixed by her breathless romanticism, while Schärli again plays in a compressed harmonic range with explosive emotional power. Perhaps there's an easier way to describe it, but if Barbara Streisand ever went into a recording studio with Michel Legrand and Miles Davis, "O Grande Amor" is what might have come out. It is simply stunning and spectacular.

Pfammatter and Dürst provide such strong and sure rhythm support that you might not ever notice there's no drummer, but you'll surely notice how beautifully and delicately O Grande Amor flows and floats.

- Chris M. Slawecki, Senior Editor - AAJ
Chris M. Slawecki has been published in music industry and related publications for nearly 25 years and has served AllAboutJazz.com as Senior Editor since 1997.

Friday, June 10, 2011

"Estado de Minas" - A Outra Nota do Samba

Artigo sobre João Gilberto, escrito por Ailton Magioli publicado pelo jornal "Estado de Minas" em 9 de junho de 2011 e reproduzido em vários websites.

http://www.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_19/2011/06/09/ficha_musica/id_sessao=19&id_noticia=39728/ficha_musica.shtml

Nos 80 anos de João Gilberto, pesquisador chama atenção para raízes mineiras da bossa nova
Ailton Magioli - EM Cultura


Dono de estilo que funde numa expressão única o canto e o violão, João Gilberto revolucionou a música brasileira e despertou admiração em especialistas e músicos eruditos. Suas composições, ainda pouco conhecidas, estão na base da estética da bossa nova.

Nesta sexta-feira, 10 de junho, o Brasil celebra os 80 anos de João Gilberto, criador, ao lado de Tom Jobim (1927-1994), da bossa nova, a mais importante e influente manifestação da música popular brasileira no século 20.

Em pleno aniversário do cantor e mais de duas décadas depois da publicação do livro Chega de saudade - A história e as histórias da bossa nova, de Ruy Castro, (Companhia das Letras, 1990), Minas Gerais reivindica para si a parte que lhe toca na trama, desde que o cantor, compositor e violonista, nascido em Juazeiro, na Bahia, resolveu passar temporada na casa da irmã, Maria da Conceição Oliveira, a Dadainha, na Diamantina de meados dos anos 1950. “Depois que li o livro do Ruy, em que ele fala que João não saía de casa e não se relacionava com ninguém na cidade, me senti incomodado”, protesta o professor, músico e escritor Wander Conceição, empenhado na publicação de um livro sobre o tema. “Acho que a cidade tem de resgatar essa história e acabei assumindo a empreitada”, diz.

O compositor

Como compositor, João Gilberto é tão original quanto cantor e violonista. A constatação é do também violonista Juarez Moreira, que gravou ao lado da cantora Ithamara Koorax o único songbook do pai da bossa nova disponível no mercado fonográfico mundial. Trata-se de Ithamara Koorax & Juarez Moreira – Bim Bom – The complete songbook João Gilberto, lançado inicialmente nos Estados Unidos, Europa, Japão, pelo selo Motema Music, e, posteriormente, no Brasil. “A música de João tem todo um conteúdo brasileiro e nordestino. Muitos antes de virar moda, ela já usava os ritmos brasileiros genuínos, de maneira espetacular e totalmente original”, atesta o violonista, salientando que a grande referência do compositor João Gilberto é o Brasil.

Ao trazer à tona a criação de João Gilberto que acabou relegada a segundo plano, injustamente, Ithamara Koorax fugiu da imitação pura e simples do jeito singular de João cantar, como tantos já fizeram. Para ela, ao ouvir uma canção como Bim bom, gravada pelo autor em 1958, como lado B do 78 rotações que tinha Chega de saudade no lado principal, dá para perceber que a estética da bossa nova já estava inteira ali. “Chega de saudade era avançada para a época, chocou todo mundo. Mas o minimalismo de Bim bom ainda era muito mais avançado. Muita gente preferiu fingir que não tinha ouvido, porque realmente não conseguiu entender”, repara.

Segundo ela, até hoje tem gente que não compreendeu a obra do compositor. “Se a cabeça do João não funcionasse na base do Bim bom, não teria existido a concepção que ele aplicou às músicas de Tom Jobim. Ou seja, não teria existido a bossa nova. Pelo menos não do jeito que a concepção estética de João Gilberto a moldou”, justiça Ithamara Koorax. “O grande desafio para a gente foi fazer no disco o mesmo que ele faz na essência: fazer o difícil parecer simples, fácil. Fazer o que é complexo soar descomplicado, natural. Não bastasse isso, ainda é preciso ser sutil, cantar suavemente, frasear de forma criativa, lidar com alterações rítmicas e sincopado, tudo isso ao mesmo tempo numa fração de segundos. Nem dá tempo de raciocinar. Ou você sabe fazer ou não sabe”, ensina a cantora.

Além do provável nascimento da célebre batida do violão de João Gilberto na cidade mineira, destacada pelo próprio Ruy Castro em seu livro, Wander diz que pretende provar que o estado, então governado pelo diamantinense e futuro “presidente bossa nova” Juscelino Kubitschek (1902-1976), contribuiu para o surgimento e enriquecimento do movimento responsável pela divulgação da música popular brasileira mundo afora. “Para isso, é necessário contextualizar Diamantina desde a época do compositor José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) - que com a crise da mineração se mudou para o Rio de Janeiro -, até 1956, quando João passou pela cidade”, justifica o professor, cuja pesquisa está a pleno vapor. Ele já entrevistou cerca de 40 pessoas sobre a passagem de João pela cidade, reafirmando a tese de que, desde aquela época, o baiano já sabia onde queria chegar.

O compositor Pacífico Mascarenhas também não oculta o orgulho de ter encontrado João em plena Diamantina dos anos 50. “Fui eu quem falou para o Ruy Castro sobre a passagem dele pela cidade. Lá ninguém sabia que se tratava de João Gilberto, que ainda nem era conhecido no Brasil”, observa o compositor.

De Juazeiro para o mundo

“Vocês ainda vão me ouvir no rádio e na TV”, teria dito várias vezes João Gilberto aos que com ele conviviam em Diamantina, em 1956. Do famoso footing nas capistranas (pedra do meio no calçamento pé de moleque, característico das regiões coloniais) à casa onde viveu com a irmã e o cunhado Péricles Rocha de Sá, engenheiro-chefe da Cia. Mineira de Obras, o historiador Wander Conceição quer esclarecer detalhes da passagem do jovem músico pela cidade. Para isso vem conversando com muitos moradores antigos da cidade, recolhendo histórias reveladoras.

Na entrevista concedida a ele por Vitalino Alves Baracho, que já faleceu, o contador, que morava no pavimento superior da casa da irmã de João, diz que muitas vezes, diante do acúmulo de serviço, tinha de trabalhar à noite mas não conseguia por causa do “treinamento” do músico baiano. "João Gilberto ficava tocando no quartinho, ao lado do banheiro. E era um pim, pim, pim, pim, pim, numa cordinha só. De madrugada, moço! Enfiava hora e hora! Eu na cama, sentado, e ele lá embaixo não parava!”, protestou Vitalino, que dizia à mulher Eni que João era doido. “Não é possível! Isso são horas? Se ainda pelo menos fosse um violão bem tocado!”, reclamava o contador. Já Leon Horowits, filho de família carioca que também foi morar na cidade na mesma época, detinha a maior discografia de jazz de Diamantina, que acabaria atraindo a atenção do baiano.

“Um sujeito extremamente inteligente e educado. Um filósofo, um verdadeiro gentleman”. Assim se refere a João Gilberto a maioria dos entrevistados do professor. De acordo com Wander, desde aquela época João também já dizia para os mais próximos que ele queria levar para a música a dissonância da poesia de Carlos Drummond de Andrade. A história de João Gilberto em Minas Gerais, aliás, vai além de Diamantina. Na cidade colonial, o baiano também conheceu o compositor Pacífico Mascarenhas. A amizade dos dois acabaria se estendendo a Belo Horizonte, onde, já com o primeiro disco gravado, João conheceria ainda Roberto Guimarães, autor de Amor certinho, que ele gravou no disco O amor, o sorriso e a flor, de 1960. “Acho que o João gostou de mim por causa de meu jeito mais tímido”, afirma Guimarães, cujo último contato com o amigo ocorreu por telefone. “Eu na recepção do hotel em que ele estava hospedado na cidade e ele no quarto”, diverte-se o compositor, admitindo que aos gênios tudo se perdoa.

Pacífico Macarenhas atualmente veicula no YouTube o registro de composição de sua autoria, Pouca duração, na voz de João. “Trata-se de uma gravação caseira, de 1959”, recorda. Ele explica que a música só não foi oficialmente lançada em disco pelo cantor baiano porque a mulher dele na época, Astrud Gilberto, manifestou desejo de gravá-la, o que acabou não ocorrendo. Fundador do quarteto Sambacana, que chegou a lançar disco pela EMI-Odeon com suas composições, Pacífico acabaria introduzido nas célebres reuniões da bossa nova, no Rio de Janeiro, na casa do pianista Bené Nunes, ao lado de músicos como Roberto Menescal, Sérgio Ricardo e Luiz Bonfá, entre outros.

O cantor

Para o músico, linguista e professor Luiz Tatit, é necessário situar o momento em que João Gilberto surge na cena musical – década de 1950, quando o canto era extremamente retórico, romântico e passional – para entender a escola do gênero criada pelo cantor. “Como, naquele momento, os estudantes – então os grandes consumidores de disco – se afastavam do meio, como se a música fosse uma espécie de novela mexicana, João procurava a canção objetiva. Ou seja, ele procurava extrair os excessos para ficar apenas com os núcleos: a dissonância do violão, a melodia oscilando em poucas ou até mesmo em torno das mesmas notas”, explica Tatit.

“Como nesse processo os acordes (harmonias) mudam, dá impressão de que é a melodia que está mudando”, acrescenta o professor, para justificar a voz de João como se fosse a própria fala. “A bossa nova promove a decantação. O objetivo dela é o enxugamento”, reforça o ideal do movimento criado pelo artista baiano, lembrando que João Gilberto acabaria fazendo o mesmo com a letra de música, também, ao promover quase que um retorno ao registro infantil de letra. “Exemplo disso são O pato, Lobo bobo e até o disco O amor, o sorriso e a flor, que quase vira um slogan da bossa”.

O traço de delicadeza que acabou responsável pela passagem para uma nova estética musical, segundo Luiz Tatit, não ficou reduzido a João Gilberto. “Tom Jobim também retirava os excessos de notas e acordes, criando acordes quase depenados”, exemplifica. Ele lembra que tal atitude chega à emissão muito peculiar, ao mesmo tempo muita ritmada, ligada à célebre batida do violão de João Gilberto. “A história da valorização rítmica era para a renovação do samba, então muito passional graças ao samba-canção”, justifica Tatit.

Para o papa da bossa nova o samba autêntico tem de ter este aspecto, como no início, na época de Noel Rosa, fizeram Orlando Silva e outros que o influenciaram. “Em vez do surdo, o tamborim que João faz com o próprio violão”, explica Luiz Tatit, justificando o fato de, desde então, cantores e cantoras passarem a imitar João Gilberto. “Nara Leão, por exemplo, só se propôs a ser cantora por causa de João, depois dele. Ela não tinha voz para tal”, recorda. Tatit destaca que foi também a senha para que os compositores começassem a cantar a própria obra. “Chico Buarque jamais cantaria se não houvesse João Gilberto”, afirma. “Depois de João não apareceram mais cantores. Daí as mais de três décadas em que só surgiram cantoras. A exceção é Ney Matogrosso. Na verdade, os compositores é que passaram a cantar”, salienta Tatit.

Quem melhor incorporou o estilo de João? “A questão é a triagem da bossa nova que, de tempos em tempos, quase vira uma questão estética”, vai adiante o professor. Ele cita o exemplo do projeto Acústico MTV, que resultou em discos de voz e violão de ídolos pop como Rita Lee (que gravou um inclusive intitulado Bossa’n’roll) e Lulu Santos, além de Jorge Benjor e Gilberto Gil, entre outros. “É um gesto bossa nova, que de tempos em tempos temos de ter. Isso foi incorporado na nossa cultura e volta e meia alguém faz assim. Cazuza é um exemplo em Faz parte do meu show”.

“João Gilberto e a bossa deixaram isso como reflexão. Toda vez que há processo de decantação, o gesto bossa nova aparece. Hoje, por exemplo, Fernanda Takai é fruto direto da maneira de cantar do João e da Nara Leão, a quem ela dedicou o disco Onde brilhem os olhos seus”, explica Tatit. Para o professor, João nunca deixou de aprofundar sua proposta bossa nova inicial. “Ele foi radicalizando a experiência até quase desaparecer a emissão. Nesse sentido, o João dos anos 1990 e mesmo do novo século é mais interessante que o da bossa nova. Aliás, ele foi cantando cada vez melhor. A idade, neste caso, me parece um detalhe irrelevante, bastaria ele mudar o tom”, garante ao admitir que o cantor baiano está diminuindo o volume de voz, deixando até de emiti-la para chegar ao silêncio.

“Ele nunca abandonou o projeto até hoje. Isto é excepcional”, ressalta Tatit, lembrando que quando os shows se tornaram verdadeiros espetáculos de pirotecnia, João vai para o palco, senta com o violão e canta com o voz desaparecendo, atraindo o mesmo número de pessoas que os grandes espetáculos. “É um fenômeno brasileiro. Não há em outra nação algo parecido, nem que seja com o piano”, afirma. Já as influências internacionais no canto de João Gilberto (Chet Backer, por exemplo) foram importantes talvez num primeiro momento (sobretudo o cool jazz), mas a singularidade obtida nos anos seguintes, garante Tatit, pouco têm a ver com essas influências. “Na bossa nova não há improvisação (algo essencial no jazz), por exemplo. Não há nada no mundo parecido com João Gilberto”.

O violonista

João Gilberto é uma totalidade. Pode-se até avaliá-lo por partes (canto, violão e repertório), mas nenhuma delas se desvencilha do todo. A conclusão é do violonista clássico Turíbio Santos, atual presidente da Academia Brasileira de Música (ABM). “A musicalidade de João é tão extraordinária, que não seria ele se fôssemos avaliá-lo apenas pela batida do violão”, justifica. “João tem a harmonia e a polifonia, encontrada só em grandes violonistas acompanhadores. A escolha do repertório dele, por exemplo, é de uma inteligência incrível. Ele dá para a gente o que ele recriou com o compositor original. A música sai da voz dele já como do autor e dele”, avalia Turíbio.

Para o violonista, a dicção de João Gilberto revela que ele estuda profundamente a música. “Não há palavras e nem notas ao léu. A capacidade de concentração dele é tamanha que cada palavra é dita com uma atenção incrível. Não consigo ouvir João Gilberto sem prestar atenção. Ele nunca pode ser música de fundo”, diz o violonista clássico que certa vez fez um exercício musical a partir do cantor. “Botei o disco dele para tocar e saí tirando os acordes, minuciosamente, para entender o fenômeno. E não consegui”, revela Turíbio Santos, salientando o aspecto imprevisível da obra de João. “Teria de registar tudo em computador”, pondera, admitindo que os imprevistos é que dão a graça à música joão-gilbertiana.

Já a escola de violão de João Gilberto – e olha que o instrumento é importante na música brasileira desde sempre – é única, na opinião do também violonista. “Ele recriou o violão dentro da música brasileira. Alguns antes dele faziam acompanhamentos preciosos, lindos. Como Roberto Nascimento, que era muito meticuloso”, recorda. “Ele pega isso e acrescenta o imprevisto”, reconhece. Para Turíbio, quando ele estuda muito a interpretação de um clássico, a música acaba ficando gelada. Daí a importância do imprevisto. Eu não crio tensão ou surpresas. Essa é a beleza de tocar, para você e para o público”, revela o violonista.

Certa vez, João ligou para Turíbio para fazer uma de suas já famosas brincadeiras. “Mas acho que não deu certo comigo”, diverte-se. Segundo narra, ao telefone, com a voz característica, João Gilberto solicitava que ele afinasse o seu violão. “João, eu sou como você. Entendo de tocar, não de afinar violão”, respondeu Turíbio Santos, esperando que João desligasse o telefone na cara dele. Para surpresa do violonista, os dois ficaram uma hora conversando. A exemplo de outros artistas, Turíbio coleciona casos pitorescos envolvendo João Gilberto, ao telefone ou ao vivo.

A escola do violão joão-gilbertiano tem continuidade, na opinião dele, nos também baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil, fãs que compreenderam a capacidade da tríplice aliança violão, voz e público. “A exemplo de João, ambos mobilizam público só com violão nas mãos”. “Tom Jobim sempre foi a grande referência do Brasil lá fora como músico, mas o cantor sempre foi João Gilberto. Ele é um todo”, conclui o violonista, advertindo que radical como o músico brasileiro ele conheceu no meio apenas o pianista italiano Arturo Benedetti Michelangeli, que fez o público do Teatro Municipal do Rio de Janeiro esperar por mais de uma hora e meia, até que os funcionários da casa colocassem o instrumento na posição que havia solicitado em contrato.

Feliz Aniversário, João Gilberto!

Parabéns ao mestre João Gilberto, lenda-viva da música universal, pelos seus 80 anos. Obrigada por ter me concedido a honra de gravar "Bim Bom - The Complete Joao Gilberto Songbook", que se tornou um marco na minha carreira. Esta noite, em sonho, nosso querido Luiz Bonfá me pediu para dar "um abraço no João"! Saúde!Happy Birthday João Gilberto, living legend of universal music, for his 80 years. Thanks for having given me the honor to record "Bim Bom - The Complete Joao Gilberto Songbook," which became a landmark in my career. In my dreams, tonight, our dear friend Luiz Bonfá, asked me to give "an embrace to João!" Cheers!

Saturday, June 4, 2011

"O Grande Amor" - Jazz Hot review

http://www.jazzhot.net/PBEvents.asp?CatID=698830

Review written by French jazz historian Patrick Dalmace about "O Grande Amor" published in "Jazz Hot," the top jazz magazine in France and arguably all over Europe.
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Peter Schärli Trio & Ithamara Koorax
O Grande Amor

Nouveauté-sélection
Fotografia, Sandalia Dela, Setembro, Wedileto, O Grande Amor, Deixa, Para machucar meu coraçao, Zum Zum,
Ithamara Koorax (voc.), Hans Peter Pfammater (p), Thomas Dürst (cb), Peter Schärli (tp).
Enregistré aux Powerplay Studios de Zurich en mars 2010.
Durée : 47mn 36
TCB Music 03172

Pour tous ses concerts en Europe Ithamara Koorax travaille depuis plusieurs années avec le trio -sans batterie- du trompettiste Peter Schärli et, après le disque consacré à la musique de Dom Um Romao il y a trois ans, les trois jazzmen enregistrent une nouvelle fois avec la chanteuse brésilienne. Musique brésilienne ? Chanteuse de jazz ? Ithamara dans une récente interview publiée par Jazz Hot (N° 654) donnait sa réponse et illustre celle-ci avec ce dernier disque. « Un chanteur de musique brésilienne … d’une manière générale chante sans beaucoup de variations, d’une façon rectiligne, comme une ligne droite constante. Dans le jazz, un vocaliste joue avec le rythme, chantant un peu en avant ou un peu en arrière, en phrasant d’une manière créative. Il devient un co-auteur du thème… Les voix en musique brésilienne … n’enregistrent pas de thèmes avec des improvisations de musiciens … Les chanteurs de jazz enregistrent des thèmes plus longs incluant des solos instrumentaux avec lesquels ils interagissent. »

A l’exception de « Wedileto », composé par le pianiste du groupe -thème de jazz avec des accents brésiliens- tous les autres sont l’œuvre de compositeurs brésiliens (Jobim, Vinicius, Lobo, Barroso, Lins, Powell, Claudio). Il s’agit donc pour Ithamara Koorax d’en donner une interprétation jazz qu’elle met en place avec le trio, dont la connaissance de la musique brésilienne est fine et celle du jazz tout autant.

A cet égard le « Sandalia Dela » est caractéristique. Une très courte introduction de la trompette de Schärli et un dynamique démarrage très brésilien de la chanteuse qui laisse un long espace à Schärli (illustrant ce qu’elle dit dans l’interview), solidement appuyé par ses partenaires. Un solo est offert au piano et I.K. reprend son thème en s’appuyant sur ses racines tandis que la formation joue jazz. Moins spectaculaire mais plus profonde la difficile composition de Ivan Lins « Setembro » montre combien la brésilienne maîtrise l’univers des auteurs qu’elle choisit. Le Brésil ne transperce plus qu’en filigrane derrière le jazz d’un trio qui a lui aussi compris Lins.

Une très belle introduction de Hans Peter Pfammater – on découvre sa délicatesse sur les touches- précède l’entrée de Ithamara sur le thème « O Grande Amor », honorant tant Jobim que Vinicius avant de laisser successivement Schärli et Thomas Dürst s’exprimer avec autant de sensibilité que le pianiste. La trompette dialogue avec la voix et le piano appuie la conversation. Très beau ! Et ça dure huit minutes…

On connaît Ary Barroso Roi du samba carnavalesque, on le trouve ici avec « Para machucar meu coraçao » dans un registre très intimiste qui permet à I.K. de s’exprimer dans une veine qu’elle a suivie dans d’autres disques. Elle laisse encore de longues plages à ses musiciens qui, plus que des accompagnateurs, s’affirment dans ce disque comme de véritables partenaires pouvant s’exprimer pleinement à côté de la chanteuse. Encore une fois la trompette de Schärli se distingue, restant dans le registre voulu puis laisse le protagonisme au piano avant le retour de Ithamara et le point final de la trompette.

Le premier thème du disque « Fotografia » relève du même registre assez triste, peut-être datant d’une mauvaise période personnelle pour Jobim, et offre les mêmes opportunités d’expression pour Schärli. « Zum Zum » est lancé par la trompette qui va chercher quelques aigus. Après un passage par le piano il faut attendre deux minutes avant d’obtenir la voix. Le trio a joliment occupé l’espace offert et d’une manière générale s’est parfaitement mis en avant sur cette composition qui toutefois ne permet pas I.K. de briller autant qu’elle le fait dans « Deixa » (Powell/Vinicius), où elle s’investie pleinement -après l’introduction de la trompette- dans une interprétation dynamique et festive soutenue pleinement par l’ensemble du trio et entrecoupée d’une belle prestation du pianiste.

De tout ceci résulte un très bon disque. I.K. ne s’enferme pas dans ce qu’elle a déjà fait. Elle crée, même en interprétant les grands auteurs brésiliens dont elle contribue à faire vivre la richesse sans les momifier. I.K. sait aussi valoriser ses partenaires jazzmen. Le Japon, les USA, l’Allemagne, la Suisse l’accueillent. On se demande pourquoi pas l’hexagone!
- Patrick Dalmace

Friday, June 3, 2011

"Sou BH" - Jazz Festival Brasil 2011

http://www.soubh.com.br/plus/modulos/agenda/ver.php?id=5600&categoria=21
Informações
Local: Teatro Oi Futuro Klauss Vianna
Endereço: Av. Afonso Pena, 4.001 - Mangabeiras
Cidade:Belo Horizonte, MG

Neste sábado, 18, tem dose de dupla de jazz em BH. O Teatro Oi Futuro Klauss Vianna recebe o cubano Roberto Fonseca e a consagrada brasileira Ithamara Koorax. Os shows integram a programação do Jazz Festival Brasil 2011, que pela primeira vez, acontece em dois momentos neste ano: de 16 a 19 de junho e no segundo semestre.

Comemorando a sua décima edição, o festival tem o objetivo de disseminar o gênero musical pelo país. Para provar que o jazz não é, como muitos pensam, uma música elitizada, o evento traz à capital mineira grandes nomes do jazz music. E desta vez, o festival paquera também outros ritmos musiciais.

O show de Roberto Fonseca, por exemplo, conta com pluralidade.Pianista, arranjador, produtor e compositor, o artista é considerado revelação da música cubana. No repertório, influências do suíngue cubano e explorações do hip hop, funk, bolero e tango.

Já a brasileira Ithamara Koorax marca presença, sobretudo pela voz. Por dez anos consecutivos, koorax foi eleita uma das melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas Jazz People, Swing Journal e Down Beat. Com estilo versátil, a artista desafia rótulos e não se prende a estilos. Ela possui influências da música erudita, do jazz e da bossa-nova.
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Confira a programação e saiba mais sobre cada artista que se apresenta no Jazz Festival 2011!

Roberto Fonseca

Considerado um dos maiores talentos da nova geração de Cuba, o pianista, arranjador, produtor e compositor é o descendente direto da linhagem de grandes nomes como Bola de Nieve, Bebo Valdés, Chucho Valdés e Gonzalo Rubalcaba.

Apontado como o sucessor de Rubén González, Roberto Fonseca é conhecido como a grande revelação do piano cubano. O jazz é sua maior base de inspiração, mas também é fã de hip hop, funk, boleros, tangos, música africana, brasileira e da música tradicional cubana.

O artista nasceu em Havana, no ano de 1975, em uma tradicional família de músicos. Aos oito anos, começou a estudar piano. Aos doze, se interessou por música popular, afro-cubana e jazz. Em 1990, com 15 anos, começou a participar de festivais internacionais como o Jazz Plaza Internacional Festival, em Havana.

Entre 1991 e 2001, dedicou-se a trabalhar sua carreira solo, gravando e participando de três discos de funk e rap cubanos. Em 2001, foi convidado a participar do projeto Buena Vista Social Club para substituir Rubén González. Ao lado da orquestra de Ibrahim Ferrer, viajou pelo mundo fazendo mais de 300 apresentações.

Ithamara Koorax

Considerada, por dois anos consecutivos, uma das três melhores cantoras do mundo pela revista americana DownBeat, Ithamara Koorax celebra 20 anos de carreira.

Neste ano, a artista está com a turnê Bim Bom, celebrando a obra de João Gilberto, o grande mestre da bossa-nova que completa 80 anos de vida. Incensada pelo New York Times e eleita, por dez anos seguidos, uma das melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas DownBeat, Swing Journal e Jazz People.

Ithamara Koorax é, hoje, uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior, onde realizou mais de 50 shows ao longo de 2010. O crítico Frank John Hadley, da DownBeat, sentenciou: "Ithamara Koorax é uma das mais belas vozes da criação".

O Globo - "João Gilberto, 80"

Jornal O GLOBO, 2 de junho de 2011, pág. 16
Coluna "Ancelmo Gois"

"João Gilberto, 80"
Os 80 anos de João Gilberto serão celebrados em São Paulo, no Sesc, com shows de Ithamara Koorax, Leila Pinheiro e João Donato.
A série será aberta dia 16 com palestra do crítico Tárik de Souza sobre o homenageado."

PQN - Ithamara no Jazz Festival Brasil 2011

"A grande atração nacional é Ithamara Koorax, uma das melhores cantoras da cena jazzística da atualidade e uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior. Com estilo versátil, a artista desafia rótulos e não se prende a estilos. Ela possui grandes influências da música erudita, do jazz e da bossa-nova".

http://www.pqn.com.br/portal_pqn2/index.php?option=com_content&task=view&id=15313&Itemid=61

Jazz Festival Brasil comemora uma década com grandes nomes do jazz e flerta com outros ritmos
www.pqn.com.br
PQN - O Portal da Comunicação
02-Jun-2011

O Jazz Festival Brasil chega à décima edição trazendo, mais uma vez, grandes nomes internacionais e nacionais para uma série de shows, a serem realizados no período de 16 a 19 de junho. Produzido pela Cultura Livre, o evento trará ao palco do teatro Oi Futuro Klauss Vianna importantes expoentes do gênero: Playing For Change, Richard Bona, Roberto Fonseca, John Pizzarelli e Ithamara Koorax.

O Jazz une nacionalidades. Mark Johnson, fundador do Playing for Change, e sua equipe viajaram durante uma década com uma única paixão e objetivo: conectar o mundo por meio da música. Assim como o projeto de Johnson, festivais como o Jazz Festival Brasil também contribuem para isso, pois trazem para o país importantes nomes da música como John Pizzarelli. O artista é considerado pela crítica mundial o mais completo intérprete da música popular norte-americana.

O músico camaronês Richard Bona, dono de uma voz suave que mescla nas devidas proporções doçura com uma ponta de nostalgia, mostrará aos brasileiros uma apresentação que une o jazz aos ritmos afros. Já Roberto Fonseca, considerado uma revelação pelos críticos europeus, trará um suingue cubano, recheado de hip hop, funk, bolero e tango.

A grande atração nacional é Ithamara Koorax, uma das melhores cantoras da cena jazzística da atualidade e uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior. Com estilo versátil, a artista desafia rótulos e não se prende a estilos. Ela possui grandes influências da música erudita, do jazz e da bossa-nova.

Grande admirador do jazz, o empresário mineiro Leonardo Soltz não economiza palavras para descrever o gênero, o qual vem conquistando cada vez mais pessoas que buscam por qualidade musical. "O jazz nasceu do povo. Tem lamento, alegria, religiosidade. Tem elementos que se somam, transformam-se e criam uma verdadeira magia que encanta e nunca morre. É múltiplo, é crescente e permeia a história de todos. O jazz tem ritmo, harmonia e melodia livres. Não existe apenas uma forma de tocar ou compor jazz", explica.

Desmistificando a ideia de que o jazz é uma música elitizada, o festival faz com que o gênero se torne ainda mais conhecido, ampliando sua massa crítica. De quinta (16) a sábado (18), o ingresso custará apenas R$15 (inteira) e, no domingo (19), a apresentação será gratuita. "O show de domingo é uma forma de trazer todos os tipos de público, ampliando o acesso à cultura. É também uma contribuição para que as pessoas vivenciem um programa de qualidade", diz Leonardo.

Neste ano, o Jazz Festival Brasil será realizado em dois momentos: o volume I, no mês de junho, e o volume II, no segundo semestre. Esta edição conta com o patrocínio das empresas Oi e Hoje em Dia. Os apoiadores são Oi Futuro, Belotur, Prefeitura de Belo Horizonte, Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Governo de Minas, Revista Viver Brasil, Sou BH e Jchebly.

O festival

Com sua primeira edição realizada em 2001, o Jazz Festival Brasil já percorreu 11 cidades e passou por quatro regiões do país. Ao todo, foram mais de 40 atrações internacionais, mais de 100 apresentações, público de 60 mil pessoas e 10 instituições e projetos sociais beneficiados. Entre os músicos que já se apresentaram por aqui a convite do JFB estão Judy Carmichael, Duke Ellington Orchestra, Leroy Jones Quintet, Bob Wilber, Irakli and The Louis Ambassadors, Gunhild Carlind, Randy Sandke, Porteña Jazz Band, Gangbé Brass Band, Kristine Mills, Dany Doriz & The Cave Huchette Quartet, Luis Fernando Veríssimo & Jazz 6, Sweet System, The Perfect Gentlemen, Tricia Boutté & New Orleans Band, Gary Brown, Ray Gelato & Giants, Daniel Boaventura, entre outros.

"Nestes dez anos, posso dizer que o Jazz Festival Brasil é uma iniciativa que vem superando seu principal objetivo: disseminar o jazz no país, apresentando-o como um gênero acessível a todos. Além disso, nesta edição, o festival está mais maduro e moderno, pois interage com outros gêneros musicais, como o Soul Music e ritmos afro, por exemplo. Assim abrimos outras possibilidades e caminhos para apresentar as influências e importância do jazz no meio musical. Dessa forma, mostramos que, cada vez mais, a música não tem barreiras", afirma Soltz.

Atrações de 2011

Playing For Change
É um grupo de artistas de rua, de vários países, criado pelo músico Roger Ridley e pelo produtor musical Mark Johnson, que tem como finalidade tocar pela paz. Johnson viajou o mundo gravando e filmando músicos de diferentes crenças e etnias e misturou suas contribuições em um único e emocionante show. "Nós colocamos o som que um músico fez em cima de outro. Eles conseguiam ouvir o que tinham gravado antes deles e achavam uma maneira de se incluir para fazer com que a faixa se tornasse universal", explica Johnson. O produto final virou um documentário chamado Playing For Change: Peace Through Music e tornou-se um vídeo viral no You Tube, com mais de 30 milhões de acessos. Alguns dos músicos do documentário se juntaram, pela primeira vez, numa apresentação ao vivo para o festival SXSW 2009 como a banda Playing for Change. Desde então, eles começaram a excursionar e fizeram uma série de shows. Além disso, o disco Playing for Change - Songs Around the World ficou no Top 10 da Billboard. Segue link de vídeo da música Stand By Me:
http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM

Richard Bona
Multi-instrumentista, compositor, contrabaixista e dono de uma voz singular. Assim, o aclamado camaronês Richard Bona conquistou o mundo. Nascido na pequena vila de Minta, em Camarões, o artista começou a cantar aos quatro anos de idade. Ao longo da carreira, já tocou, gravou ou excursionou com a nata do jazz como Larry Coryell, Mike Stern, Pat Matheny, Joe Zawinul, Herbie Hancock, Chick Corea, Jacky Terrasson, Bob James, Sadao Watanabe, Branford Marsalis e David Sanborn, Regina Carter, Bobby McFerrin e Randy Brecker, entre outros. Cidadão do mundo, já morou em Paris e, hoje, vive em Nova York. A África está sempre presente nos trabalhos com toque ancestral e, ao mesmo tempo, contemporâneo. Sua sonoridade mistura jazz com ritmos afro-cubanos, harmonias brasileiras, e traz ainda a energia do rap e do groove, sem deixar de lado a precisão extrema do pop anglo-saxão. É com essa extraordinária mistura de influências que Richard Bona expressa com maestria a sua música. O artista fará apresentação gratuita.

Roberto Fonseca
Considerado como um dos maiores talentos da nova geração de Cuba, o pianista, arranjador, produtor e compositor é o descendente direto da linhagem de grandes nomes como Bola de Nieve, Bebo Valdés, Chucho Valdés e Gonzalo Rubalcaba. Apontado como o sucessor de Rubén González, Roberto Fonseca é conhecido como a grande revelação do piano cubano. O jazz é sua maior base de inspiração, mas também é fã de hip hop, funk, boleros, tangos, música africana, brasileira e da música tradicional cubana. O artista nasceu em Havana, no ano de 1975, em uma tradicional família de músicos. Aos oito anos, começou a estudar piano. Aos doze, se interessou por música popular, afro-cubana e jazz. Em 1990, com 15 anos, começou a participar de festivais internacionais como o Jazz Plaza Internacional Festival, em Havana. Entre 1991 e 2001, dedicou-se a trabalhar sua carreira solo, gravando e participando de três discos de funk e rap cubanos. Em 2001, foi convidado a participar do projeto Buena Vista Social Club para substituir Rubén González. Ao lado da orquestra de Ibrahim Ferrer, viajou pelo mundo fazendo mais de 300 apresentações.

John Pizzarelli
Ídolo do público paulistano, que já conferiu seu talento em outras temporadas, o cantor e guitarrista norte-americano John Pizzarelli vive atualmente o auge de sua popularidade. Além da simpatia que esbanja nos palcos, Pizzarelli oferece uma saborosa receita musical. Ele combina sua guitarra tipicamente jazzística com um repertório recheado de referências dos gigantes da canção norte-americana, como George Gershwin, Johnny Mercer e Sammy Cahn, além de sucessos dos Beatles e da bossa-nova. Decidido desde muito cedo a seguir os passos do pai (respeitado guitarrista Bucky Pizzarelli), John começou a tocar esse instrumento com apenas seis anos de idade. Seu estilo, como guitarrista, deve bastante à escola paterna, mas seu maior modelo musical é mesmo o grande Nat King Cole, de quem John assimilou o suingue e o charme. Além disso, ele gravou diversos discos em homenagem ao mestre Cole. Outros tributos a lendários da música foram gravados, como: Dear Mr. Sinatra e Rockin II Rhythm: A Tribute To Duke Ellington. O artista também produziu álbuns dedicados à bossa-nova e aos Beatles.Ithamara Koorax
Considerada, há dois anos consecutivos, uma das três melhores cantoras do mundo pela revista americana DownBeat, Ithamara Koorax celebra 20 anos de carreira. Neste ano, a artista está com a turnê Bim Bom, celebrando a obra de João Gilberto, o grande mestre da bossa-nova que completa 80 anos de vida. Incensada pelo New York Times e eleita, há dez anos seguidos, uma das melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas DownBeat, Swing Journal e Jazz People. Ao lado de Diana Krall e Cassandra Wilson, Ithamara Koorax é, hoje, uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior, onde realizou mais de 50 shows ao longo de 2010. O crítico Frank John Hadley, da DownBeat, sentenciou: "Ithamara Koorax é uma das mais belas vozes da criação".

Serviço
Jazz Festival Brasil 2011
16/6 (quinta-feira), 21h (R$ 15): Playing For Change
17/6 (sexta-feira), 21h (R$ 15): John Pizzarelli
18/6 (sábado), 21h (R$ 15): Roberto Fonseca e Ithamara Koorax
19/6 (domingo), 11h (gratuito): Richard Bona
Local: Teatro Oi Futuro Klauss Vianna - Av. Afonso Pena, 4.001, Centro/BH
Venda de ingressos: no próprio teatro
Informações: (31) 3229-3131

CNJ - "João Gilberto, 80"

Os 80 anos de João Gilberto serão celebrados em São Paulo, no Sesc, com shows de Ithamara Koorax, Leila Pinheiro e João Donato.

http://cnj.myclipp.inf.br/default.asp?smenu=ultimas&dtlh=172532&iABA=Not%EDcias&exp

"Guia de Cidades" - Jazz em Belo Horizonte

http://guiadecidades.terra.com.br/pe/musica-jazz-jazz-festival-brasil-en-belo-horizonte/fotos

Música - Jazz em Belo Horizonte Guia de Cidades
guiadecidades.terra.com.br

2 de junho de 2011

O evento chega à décima edição trazendo, mais uma vez, grandes nomes internacionais e nacionais para uma série de shows de importantes expoentes do gênero: Playing For Change, Richard Bona, Roberto Fonseca, John Pizzarelli e Ithamara Koorax.

"Diário Catarinense" - Shows no SESC

Jornal DIÁRIO CATARINENSE
2 de Junho de 2011

"Os 80 anos de João Gilberto serão celebrados em São Paulo, no SESC, com shows de Ithamara Koorax, Leila Pinheiro e João Donato. A série será aberta dia 16 com palestra do crítico Tárik de Souza sobre o homenageado."

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3334160.xml&template=3916.dwt&edition=17238§ion=213

"O Globo" - Power Trio

Jornal O GLOBO - 2 de junho de 2011
Coluna "Abalo" de Scarlet Moon de Chevalier

"POWER TRIO: Na festa de comemoração pelos dez anos de suas jóias de borracha, Marzio Fiorini é cercado por Ithamara Koorax e Marta De La Mata, a DJ La Marqueza"

Thursday, May 5, 2011

"Música Clássica na Voz de Ithamara Koorax"

“Música Clássica na Voz de Ithamara Koorax” em duas apresentações no Teatro SESI, dias 10 e 17 de maio

Incensada pelo New York Times e eleita, por dois anos consecutivos, uma das três melhores cantoras de jazz do mundo pelos leitores das revistas DownBeat, Swing Journal e Jazz People - ao lado de Diana Krall e Cassandra Wilson -, ITHAMARA KOORAX é hoje uma das artistas brasileiras de maior sucesso no exterior. O crítico Frank-John Hadley, da DownBeat, sentenciou: "Ithamara Koorax é uma das mais belas vozes da criação".

Agora, dias 10 e 17 de maio de 2011, às 19hs, no Teatro SESI, a cantora volta a enveredar por outro repertório no espetáculo “Música Clássica na Voz de Ithamara Koorax – Opus II”, que ela já apresentou diversas vezes em recitais na Europa. Ao lado do pianista Filipe Bernardo e do violonista Rodrigo Lima, ela se dedica a um programa que vai do compositor inglês Henry Purcell ao nosso Villa-Lobos, passando também por obras de Chopin, Fauré, Ravel, Debussy, Borodin, Rachmaninoff, Richard Wagner, Delza Agrícola, Chiquinha Gonzaga, Alberto Nepomuceno e Claus Ogerman.

Os concertos terão ingressos a preços populares (R$ 20,00 e R$ 10,00, a meia entrada). O Teatro SESI fica na Avenida Graça Aranha, n° 1, no Centro do Rio de Janeiro.

Buscando a popularização da música clássica e erudita com o estímulo à formação de novas plateias, o projeto “Música Clássica na Voz de Ithamara Koorax II” conta com patrocínio da OI e apoio cultural da Lei de Incentivo à Cultura, da FIRJAN e da Oi Futuro.

Incluida entre as melhores cantoras da história do jazz na enciclopédia "The Jazz Singers" (organizada pelo historiador norte-americano Scott Yanow), a biografia de Ithamara atesta sua versatilidade, desafia rótulos e não se prende a estilos. "Gosto de todos os gêneros e acredito que a boa música é atemporal e universal, não conhece barreiras," afirma a cantora.

Ao longo de sua carreira, Ithamara já tocou e gravou com nomes como Tom Jobim, Elizeth Cardoso, Luiz Bonfá, Larry Coryell, Claus Ogerman, Dave Brubeck, John McLaughlin, João Donato, Hermeto Pascoal, Sadao Watanabe, Eumir Deodato, Dom Um Romão, Edu Lobo, Gonzalo Rubalcaba, Peter Scharli, o grupo Azymuth e as Orquestras Petrobrás e Jazz Sinfônica. Lançou 14 CDs, participou de outros 150 discos, gravou quatro trilhas para cinema e dez temas para novelas da TV Globo.

Ithamara Koorax já se apresentou em alguns dos principais palcos do planeta - do Teatro Municipal (Rio) ao Jazz Café (Londres), do Martinus Concert Hall (Helsinki) ao Carreau du Temple (Paris), do EBS Space (Seul) ao Sanyo Hall (Tokyo), do U Stare Pani (Praga) ao Mahogany Hall (Berna), do Unterfahrt (Munich) ao Moods (Zurich), passando pela Sala Cecília Meirelles, Mistura Fina, Bourbon Street e Citibank Hall, festivais de jazz em países como Sérvia, Bulgária, República Tcheca, Portugal e Inglaterra (no prestigiado "Camden Town Jazz Festival"), além de ter realizado sete excursões pelo Japão e Coréia.

Ithamara Koorax's Classical Tour 2011

This month, Ithamara Koorax starts a new classical tour. The first two concerts will happen in Rio de Janeiro on May 10 & May 17 at the SESI Theater. The repertoire includes works by Chopin, Rachmaninoff, Debussy, Ravel, Fauré, Borodin, Wagner, Henry Purcell, Claus Ogerman, and the Brazilian composers Villa-Lobos, Delza Agricola, Alberto Nepomuceno and Chiquinha Gonzaga. The tour is sponsored by OI Telecommunication.

Considered one of the top singers in the contemporary jazz & Brazilian music scenes, Ithamara Koorax has been voted 3rd in the Downbeat 2008 and 2009 Readers Polls for 'Best Female Vocalist' (behind only Diana Krall and Cassandra Wilson), and is also featured as one the best jazz singers of all time in the book "The Jazz Singers - The Ultimate Guide," released in the USA by journalist and jazz historian Scott Yanow.

One of her latest acclaimed CDs, "Bim Bom - The Complete Joao Gilberto Songbook," a duo session with guitarist Juarez Moreira, received rave reviews in the New York Times, Cashbox, Billboard, Jazz Hot, Jazz 'n' More, All Music Guide, and many other magazines, websites and newspapers. Voted one of the Best Albums of 2009 by All About Jazz-NY, Village Voice and Latin Jazz Network, it was defined by JazzTimes' reviewer Christopher Loundon as "not only an album of gloriously elegant reverence but also a recording of essential importance."

Another recent CD, "O Grande Amor," recorded during an European tour with the Peter Schärli Trio in 2010, was also released with critical acclaim, receiving a 4 and 1/2 star review in the May 2011 issue of DownBeat magazine. "This a quiet, unassuming gem of a recording...She floats with lighter-than-air musical pillow talk. This woman has manifold ability," wrote jazz critic Kirk Silsbee.

Ithamara Koorax has recorded 14 solo albums (for the Milestone, Mercury, EMI, Irma, JVC, King, Huks and Motema labels), 15 soundtracks and took part in more than 200 special projects and compilations.

She has performed in the USA, Japan, Korea and many European countries (England, France, Germany, Swizerland, Czech Republic, Finland, Bulgaria, Serbia, Portugal etc), appearing at jazz festivals in London, Seoul, Belgrade, Funchal, Helsinki, Indijja and many other cities. Koorax has also performed classical and fusion concerts backed by Symphony Orchestras.

Koorax has worked with such artists as Antonio Carlos Jobim, Luiz Bonfa, Ron Carter, Larry Coryell, Elizeth Cardoso, Gonzalo Rubalcaba, John McLaughlin, Sadao Watanabe, Hermeto Pascoal, Marcos Valle, Peter Scharli, Jay Berliner, Edu Lobo, Martinho da Vila, Jürgen Friedrich, Claus Ogerman, Dave Brubeck, João Donato, Dom Um Romão, Thiago de Mello, Mario Castro-Neves, Raul de Souza, Chris Conway, Eumir Deodato, Lou Volpe, Laudir de Oliveira, Rodgers Grant, Gil Goldstein, Art Farmer, Eddie Gomez, the groups Azymuth, Gazzara and Os Cariocas, the big bands Amazon and Rio Jazz Orchestra, and the Symphony Orchestras "Petrobras" and "Jazz Sinfonica."

Her recordings have been remixed by top DJs from all over the world. Among them: Tom Novy, Parov Stelar, Cargo, Tetsu Shibuya/Brisa. During 2010, Ithamara performed 47 concerts in Brazil and 51 abroad, having toured Europe and Asia. In her latest Korean tour, in August 2010, Ithamara recorded an all-star project, "Arirang," alongside many pop Korean artists (like the pop group MIJI) and such jazz giants as guitarist Lee Ritenour & pianist/arranger Alan Broadbent, Diana Krall's conductor.

In the 2000s, Koorax has received high marks from DownBeat magazine on several occasions. "Ithamara Koorax has one of the loveliest voices in creation," DownBeat critic Frank-John Hadley wrote in the November 2008 issue of the jazz bible. "Koorax is delightfully unpredictable in her music...embracing virtuosity, astonishing range and volcanic vocalese," stated Fred Bouchard in a 4-star rave review (about her "Brazilian Butterfly" album) printed in the February 2007 issue of DownBeat.

According to renowned critic Thom Jurek, from the All Music Guide, "she is a diverse, adventurous, and utterly gifted vocalist. Koorax has set a new bar for jazz vocalists who come after her. As she does, they will need to embody many traditions and musical histories, root them in the tradition, and be able to comfortably combine as well improvise seamlessly with and between them."

"I quickly became a Koorax Konvert", wrote the famous jazz historian Ira Gitler. "Koorax is her own woman. She is multi-faceted and multi-lingual, comfortable in all situations and expressive in a variety of languages. Her range and technique are remarkable but you don't necessarily take time out to marvel at her technique until later on because you are too absorbed in her musical message. Her powerful singing speaks for itself with celestial eloquence."

"O Grande Amor"-DownBeat review, May 2011

DownBeat - May 2011 issue, Page 50
"O Grande Amor" - Reviewed by Kirk Silsbee
Rating: ****1/2


So often, singers function as featured entities, supported by but separate from the instrumental ensemble. This pairing of Brazilian singer Ithamara Koorax and the trio of Swiss trumpeter Peter Scharli is a rare instance of a voice working as another instrument. Koorax is singing songs here, to be sure, but her work is always within the instrumental context. As a result, this a quiet, unassuming gem of a recording.

Koorax and Scharli share simplicity of expression. That's not to say what they do is naive or rudimentary in any way. Her ethereal voice - singing in Portuguese throughout - packs much emotional implication in it. Likewise, his open trumpet - sounding fat enough to be taken for a cornet - always finds the shortest route to musical and emotional communication. With a voice scarcely larger (though an octave lower) than Blossom Dearie, Koorax authoritatively conjures compact majesty on the melodically beguiling "Setembro" and sings the rhythmic romp "Zum Zum" with no discernible fuss. Then she floats the title ballad with lighter-than-air musical pillow talk. This woman has manifold ability.

Scharli has a medium-dynamic attack and palpable body to his tone. He might not be as rhythmically ornamental as Koorax, but the contrast of his minimalism is a nice counterpoint to hers.

Pianist Hans-Peter Pfammetter is another minimal dynamo. Hammering one- and two-finger percussiveness on "Sandalia Dela" deftly hints at the Bahia carnaval without having to replicate it. He never overplays and instinctively leaves holes for Scharli to fill. This ensemble, and its collection of songs, is an inviting combination.

"O Grande Amor" - Jazz 'n' More review

March/April 2011, page 47
"O Grande Amor"
Rating: ***** (5 stars)


"Eine der besten Bossa-Nova-CDs der lezten Jahre." Das steht nicht etwa in Pesstext, sondern dies ist die Meinung vieler Musiker in Brasilien, von wo Peter Scharli gerade zurückgekehrt ist. Mehrere Tourneen mit dieser Band zusammen mit der brasilianischen Ausnahmesängerin Ithamara Koorax haben die Mitglieder wie einen Tresor zusammengeschweisst.
Schon beim ersten Titel, dem Klassiker "Fotografia" (Jobim), wird die Latte hoch gesetzt: Pianoeinleitung von Hans-Peter Pfammatter, der Bass von Thomas Dürst, welcher mit der einfühlsamen Stimme von Ithamara Koorax einsetzt und schlussendlich die Trompete von Peter Schärli, der mit seinem sensiblen Spiel das Ganze vollendet abrundet.
So geht es die ganze CD weiter. Ithamara Koorax' respektvolle Neu-Interpretationen dieser Bossa-Nova-Klassiker sind zugleich eine Rückbesinnung und ein Versuch, diese berühmten Werke neu zu erfinden und ihnen neues Leben, im wahrsten Sinne, einzuhauchen.
Ein Versuch, der zu 100 Prozent gelungen ist. Diese CD hat gar nichts mit den einschlägigen Bossa-nova-Lounge-CDs zu tun, sondern "that's the real thing". Neben all diesen Klassikern von Jobim, Peranzzetta, de Moraes, Barroso, reiht sich die Eigenkomposition von Hans-Peter Pfammatter "Wedileto" nahtlos ein. Das ist perfekte Handwerkskunst, die unter die Haut geht. Musik als reinste Poesie. gf.

"O Grande Amor" - Rifftides review

http://www.artsjournal.com/rifftides/2011/05/recent-listening-james-farm-allen-anschell-et-al/

Peter Schärli, Ithamara Koorax, "O Grande Amor" (TCB)
Reviewed by Doug Ramsey on "Rifftides," voted best jazz blog of 2010 by the Jazz Journalists Association Poll

Koorax’s soft voice is an instrument of tonal precision, innate swing and a variety of emotional inflection. She joins Swiss trumpeter Schärli’s trio (pianist Hans-Peter Pfammatter and bassist Thomas Dürst) in a collection of songs mostly by writers from Koorax’s native Brazil. The exception is Pfammatter’s “Wedileto,” which holds its own with pieces by Antonio Carlos Jobim, Ary Barroso, Vinicius de Moraes and other major Brazilian composers. Koorax and Schärli share the use of quietness to achieve expressive power. Each of their solos on the title tune is a prime example of that ability. The way the Swiss swing with Koorax through the samba rhythms of Baden Powell’s “Deixa” and Fernando Lobo’s “Zum Zum” suggests that there must be favelas in Geneva, Bern and Zurich.

"O Grande Amor" - Sound Insights review

http://dougpayne.blogspot.com/2011/03/peter-scharli-trio-featuring-ithamara.html

In their second recording together, Swiss trumpeter Peter Schärli and Brazilian singer Ithamara Koorax have come up with a beautiful reflection on Brazilian music that goes far above and beyond expectation.

Schärli, whose attractive sound and complimentary interjections suggest the influence of Polish trumpeter Tomasz Stańko, and Koorax were first brought together in 2006 by the legendary Brazilian percussionist Dom Um Romão (1925-2005), who had previously worked with both musicians on separate occasions, to record Obrigado Dom Um Romão.

Here, Peter Schärli teams his remarkably sensitive trio with Hans-Peter Pfammatter on piano and Thomas Dürst on bass with the ethereal and lovely voice of Ithamara Koorax in a way that’s most unusual. They never give the impression of a trio backing a singer. This is a superbly well integrated quartet of musicians who play with each other, not for the benefit of making one soloist sound better.

The sound of the Schärli trio with Ms. Koorax is also one that never falls into patterns of predictable. Theirs is a cohesive jazz logic that belies the standard bossa-nova pretense. These imaginative creatives rethink their melodies, many of which are not the typical Brazilian standards. The absence of percussion also requires the melodists to think and react rhythmically, which makes for a more compelling listen.

The program starts beautifully with Antonio Carlos Jobim’s romantic “Fotographia” (first heard on 1965’s The Astrud Gilberto Album and then on the composer’s 1967 A Certain Mr. Jobim, which featured Dom Um Romão) before alternating to the spirited consideration of “Sandalia Dela,” Luiz Claudio’s little-known sprite from Duke Pearson’s 1969 How Insensitive (with Flora Purim).

Launching into Ivan Lins’ “Setembro,” best known from its appearance on Quincy Jones’ 1990 album Back on the Block (with vocals by Sarah Vaughan and Take 6), the quartet falters a bit here. Each player’s performance is assured and attractive. But together the group isn’t as sure of the tune’s highly reverential tone. This is corrected by the pianist’s own “Wedileto,” a gorgeous piece of wordless celebration that engages Schärli in a lovely duet with the singer and elicits several noteworthy solos.

A certain sort of climax is reached with the quartet’s uncannily elegant consideration of Jobim and Vinicius de Moraes’ “O Grand Amor,” which first appeared on the 1963 classic Getz/Gilberto, as did the most well-known version of Ary Barroso’s 1943 song “Para Machucar Meu Coraçao,” which the quartet regards here with especially loving consideration.

Never distancing themselves too far from Brazil’s melodically intoxicating rhythms, the quartet delivers surprisingly danceable versions of Baden Powell’s memorable “Deixa” (first heard as “Let Me” on the Wanda de Sah / Sergio Mendes Trio recording Brasil ‘65) and Edu Lobo’s “Zum-Zum” (originally from the composer’s 1970 album Cantiga De Longe), introduced by some of Schärli’s most unexpected and open-minded explorations.

O Grande Amor is, ultimately, a superb jazz-like exploration of Brazilian music made by musicians who not only understand the music thoroughly, but deliver it more beautifully than expected.